A história da fotografia no Brasil: da chegada misteriosa à explosão de cores.

Mauricio Daher
10 de set.
3 min de leitura

Você já parou para pensar em como era o mundo antes da fotografia?

A gente só conhecia o rosto dos nossos avós através de retratos pintados, e as paisagens mais incríveis eram apenas lembranças.

Mas, de repente, tudo mudou. Uma caixa preta, um banho químico e... pá! O mundo podia ser capturado e guardado para sempre.

Essa revolução chegou rapidinho ao Brasil, trazendo com ela uma história cheia de paixão, pioneirismo e imagens que contam a nossa própria trajetória.

O início: Dom Pedro II, a caixa mágica e o mistério no cais.

Imagine a cena: é 1840, e um navio francês atraca no Rio de Janeiro. A bordo, um homem chamado Louis Compte traz uma caixa misteriosa, que ele chama de daguerreótipo.

Ele nem era fotógrafo de verdade, mas um missionário do novo invento.

Em uma demonstração no Largo do Paço, diante do futuro imperador Dom Pedro II, ele captura a imagem da cidade.

O jovem monarca, que tinha apenas 14 anos, fica fascinado.

Dom Pedro II não era só um apaixonado por tecnologia, ele era um verdadeiro entusiasta.

Logo, se tornou um dos maiores colecionadores de fotografia do mundo no século XIX. E é graças a essa paixão que o Brasil se tornou um dos primeiros países a adotar a fotografia, quase que instantaneamente após a invenção oficial, em 1839.

A história da fotografia no Brasil: da chegada misteriosa à explosão de cores. — Dom Pedro II amava fotografia como nós!

Os primeiros cliques: pioneirismo, retratos e a vida cotidiana

Depois do daguerreótipo, que produzia imagens únicas em placas de cobre e prata, a fotografia evoluiu. Chegaram as chapas de vidro e, mais tarde, os negativos, que permitiam fazer cópias. A fotografia começou a se espalhar.

Naquela época, a maior parte dos fotógrafos vinha do exterior, como Marc Ferrez, o suíço que se apaixonou pelo Rio de Janeiro e se tornou o cronista visual do Segundo Reinado. Suas imagens documentavam a vida na cidade, a construção de estradas, o dia a dia da corte e as paisagens deslumbrantes.

Outro nome de peso é o de Augusto Malta, que no início do século XX, registrou as grandes transformações urbanas do Rio de Janeiro, como a Avenida Central, hoje Avenida Rio Branco.

Se você já viu fotos antigas do Rio, com aqueles prédios elegantes e ruas movimentadas, as chances são de que muitas delas são dele.

A fotografia como arte e como denúncia social

A fotografia no Brasil não foi só um retrato da paisagem e da elite. Ela se tornou uma poderosa ferramenta de denúncia social.

No final do século XIX e início do XX, fotógrafos como Cristiano Mascaro e Sebastião Salgado (sim, ele já era uma lenda!) usaram a câmera para dar voz aos invisíveis.

Salgado, em especial, com suas imagens em preto e branco que mostram a dignidade e a resiliência dos trabalhadores e dos migrantes em todo o mundo, se tornou um dos mais renomados nomes da fotografia social.

Nos anos 1940, o movimento da fotografia moderna chegou ao Brasil, com nomes como German Lorca e Geraldo de Barros. Eles exploraram a fotografia como uma forma de arte abstrata, brincando com formas, luzes e sombras, e mostrando que a câmera era muito mais do que um simples instrumento de registro.

A fotografia hoje: do filme à tela de LED

A história da fotografia brasileira é, em essência, a história da nossa própria evolução.

Ela acompanhou a transição do Império para a República, a industrialização, as grandes mudanças sociais e políticas.

Hoje, a fotografia está em todos os lugares. Do rolo de filme, que ainda tem um charme todo especial para os amantes de fotografia analógica, passamos para a câmera digital, o celular e as redes sociais.

A fotografia está mais acessível do que nunca, e cada um de nós pode ser um contador de histórias, um cronista da nossa própria vida e do mundo ao nosso redor. Afinal de contas todos tem um smartphone no bolso.

Na FOTO|CONCEITO, a gente acredita que a fotografia não é só um hobby ou uma profissão.

É um jeito de ver o mundo com mais atenção, de eternizar momentos e de contar histórias que importam. E a história da fotografia brasileira, com toda a sua paixão e inovação, é a maior prova disso.

Que tal pegar sua câmera e começar a escrever o próximo capítulo dessa história?

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