Fotógrafo MEI: Vale a Pena Formalizar Seu Negócio?

Mauricio Daher
27 de out.
3 min de leitura

Atualizado: 29 de out.

Muitos fotógrafos começam de forma autônoma, fazendo ensaios, eventos ou freelas, recebendo por transferência, PIX ou em espécie.

Mas chega um momento em que surge a dúvida: será que vale a pena me formalizar como M.E.I. (Microempreendedor Individual)?

Na Foto Conceito Escola de Fotografia, sempre reforçamos que fotografar é também empreender.

Entender o lado legal e financeiro da profissão é tão importante quanto dominar luz, composição e direção de pessoas.

A seguir, você vai entender o que muda quando um fotógrafo se torna M.E.I., quais as vantagens, limitações e como fazer isso de forma simples.

O que é o M.E.I.

O M.E.I., Microempreendedor Individual, é uma categoria criada para formalizar profissionais autônomos.

Serve para quem trabalha por conta própria e fatura até R$ 81.000 por ano, o que equivale a aproximadamente R$ 6.750 por mês.

Com o MEI, o fotógrafo passa a ter:

CNPJ próprio
Emissão de nota fiscal
Direito a benefícios previdenciários
Regime de impostos fixo e simplificado

Fotógrafo MEI: Vale a Pena Formalizar Seu Negócio?

Vantagens de ser M.E.I. para o fotógrafo

1. CNPJ e Nota Fiscal

Com o CNPJ, o fotógrafo pode prestar serviços para empresas, agências e órgãos públicos, que exigem nota fiscal.

Isso amplia o alcance profissional e aumenta a credibilidade do trabalho.

2. Imposto fixo e baixo

O MEI paga um valor único mensal (DAS), que varia conforme o setor.

Na fotografia, enquadrada como serviço, o valor gira em torno de R$ 70 a R$ 80 por mês, incluindo INSS e ISS. É um custo baixo em troca de segurança jurídica e previdenciária.

3. Acesso a benefícios do INSS

O fotógrafo MEI tem direito a aposentadoria por idade, auxílio-doença, licença-maternidade e pensão por morte (para dependentes).

4. Facilidade bancária

Com o CNPJ, é possível abrir conta jurídica, emitir boletos, usar maquininha de cartão e solicitar crédito com juros reduzidos.

5. Credibilidade

Clientes percebem o MEI como profissional estabelecido, o que ajuda a justificar preços mais justos e evitar negociações ruins.

Limitações do MEI para o fotógrafo

Faturamento anual limitado a R$ 81.000. Se ultrapassar esse valor, o profissional precisa migrar para Microempresa (ME).

O MEI é individual e não permite sócios ou filiais.

O fotógrafo MEI pode ter apenas um funcionário registrado.

É preciso escolher atividades compatíveis com a fotografia. O CNAE mais usado é: 7420-0/01 (Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina).

Quem também realiza filmagem pode precisar incluir atividades secundárias ou abrir uma ME.

Impostos e obrigações mensais

O MEI paga apenas uma guia mensal (DAS), simples e feita online.

O pagamento é obrigatório mesmo que o fotógrafo não tenha faturado no mês.

O imposto é composto de:

Valor fixo mensal de aproximadamente R$ 70 a R$ 80
Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI), entregue uma vez por ano informando o faturamento total

Não é obrigatório ter contador nem há exigência de relatórios complexos.

Exemplo prático

Um fotógrafo que realiza três ensaios por semana de R$ 400 cada tem um faturamento mensal de R$ 4.800 e anual de R$ 57.600, dentro do limite do MEI.

Pagando cerca de R$ 80 por mês, ele se mantém regularizado, pode emitir nota fiscal e ainda contribui para a aposentadoria.

Se for contratado por uma empresa, ele consegue emitir nota com facilidade, o que aumenta a confiança e o profissionalismo.

Como abrir seu MEI passo a passo

Acesse o site oficial: www.gov.br/mei
Clique em “Formalize-se” e entre com seu login Gov.br.
Preencha seus dados pessoais e endereço.
Escolha sua atividade principal: CNAE 7420-0/01 – Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina.
Adicione atividades secundárias se necessário.
Gere seu CNPJ e certificado MEI, o processo é gratuito e imediato.

Depois disso, basta pagar mensalmente a guia DAS e emitir notas fiscais conforme o sistema da sua prefeitura.

Quando deixar de ser MEI

Se o fotógrafo ultrapassar o limite de R$ 81.000 anuais ou quiser ter sócios, estúdio com equipe ou mais de um funcionário, é hora de migrar para Microempresa (ME).

Os impostos serão diferentes, mas a estrutura também será mais profissional.

Essa transição é um sinal de crescimento e amadurecimento do negócio.

Conclusão

Formalizar-se como MEI é um passo de maturidade profissional.

Traz segurança, credibilidade e tranquilidade, além de abrir oportunidades que o trabalho informal não permite.

Na Foto Conceito Escola de Fotografia, acreditamos que o fotógrafo moderno precisa unir arte, técnica e consciência de negócio.

Viver de fotografia é possível, desde que se leve a profissão a sério em todos os aspectos.

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