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É possível o laser usado em pista de dança queimar o sensor da máquina fotográfica?

  • Foto do escritor: Mauricio Daher
    Mauricio Daher
  • 3 de out.
  • 5 min de leitura

Atualizado: 8 de out.

Sim, é totalmente possível e é um risco real para o sensor de qualquer câmera (DSLR, Mirrorless ou até mesmo de celular).


Porém a probabilidade de acontecer é baixa.


O laser é um feixe de radiação luminosa altamente concentrado e colimado, ou seja, seus raios de luz propagam-se paralelamente entre si, com mínima divergência angular.


O termo colimado deriva de colimação, que descreve o processo de alinhar os feixes de luz de modo que viajem praticamente sem se dispersar no espaço, diferentemente de fontes comuns, como lâmpadas ou lanternas, cujos feixes se expandem rapidamente com a distância.


Essa propriedade confere ao laser uma altíssima densidade de energia por unidade de área, tornando-o capaz de interagir com a matéria de forma intensa e localizada.


É justamente essa concentração de energia que permite seu uso em aplicações como cirurgias de precisão, gravações em diversos materiais, sistemas de medição, uso militar etc


Em resumo, o laser não é apenas um feixe de luz, é luz organizada, coerente e concentrada, viajando em linha quase perfeita.


E mais, a lente da sua câmera funciona como uma lupa, focalizando essa energia do laser em um ponto minúsculo e sensível: o sensor digital.


O Que Acontece com o Sensor

Quando o feixe de laser atinge diretamente o sensor, mesmo que por uma fração de segundo, ele pode queimar permanentemente os pixels atingidos, causando:


  • Pixels Mortos (Pontos Brancos): 

    Na maioria dos casos, aparecem pequenos pontos brancos ou de cor fixa em todas as fotos e vídeos que você fizer com aquela câmera, independentemente da lente ou do local.


  • Linhas ou Riscos: 

    Em casos mais graves, ou dependendo do movimento do laser, podem aparecer linhas ou riscos coloridos permanentes na imagem.


  • Danos Graves: 

    O dano é irreversível e, em muitos casos, a única solução é a troca do sensor, que é um reparo muito caro, podendo não compensar dependendo do valor da câmera.


Use o Modo Viewfinder (Visor Óptico): 
Câmeras sem espelho (Mirrorless). O sensor é um "nervo exposto", em todos os sentidos.

Porquê a Probabilidade é Baixa

O risco depende de múltiplos parâmetros físicos.


1) Potência do laser (mW ou W)

Apenas laser com potência acima de 5 mW são perigosos em exposição direta.


2) Tempo de exposição

Quanto mais fraco o laser mais tempo o feixe tem que incidir continuamente no mesmo ponto para causar algum dano.


3) Distância da fonte

A divergência aumenta com a distância; quanto mais próximo o feixe, mais concentrado e destrutivo. Quanto mais longe da fonte do laser menos concentrado e menos destrutivo.


4)Tipo de sensor e tamanho do pixel

Sensores modernos com alta densidade de pixels (ex: 24 MP APS-C) são mais vulneráveis, pois cada pixel recebe mais energia por área.


5) Cor (comprimento de onda)

Lasers vermelhos (630–670 nm) e verdes (520–550 nm) são os que mais interagem com o silício; azuis e UV penetram menos, causando danos superficiais.


Ou seja, é difícil ocorrer, mas não é impossível!


Como Se Proteger

Para fotógrafos que trabalham em shows, festas e baladas:


Evite o Contato Direto: 

Nunca aponte a câmera diretamente para a fonte do laser ou na direção dos feixes enquanto estiver filmando ou fotografando.


Use o Modo Viewfinder (Visor Óptico): 

Se estiver usando uma DSLR, tente usar o visor óptico (viewfinder) em vez do Live View (tela traseira).


No Viewfinder, o espelho interno da câmera está abaixado, bloqueando a luz do laser de atingir o sensor. Ele só vai levantar no momento do click.


Use o Modo Viewfinder (Visor Óptico) se estiver usando uma DSLR (máquina na cara). O espelho ABAIXADO ajuda a proteger o sensor.
Use o Modo Viewfinder (Visor Óptico) se estiver usando uma DSLR (máquina na cara). O espelho ABAIXADO ajuda a proteger o sensor.

Fique Atento no Live View:

Ao gravar vídeos ou usar o Live View (modo mais comum em Mirrorless), o obturador fica aberto e o sensor está diretamente exposto.


Mantenha a atenção constante no posicionamento do laser.


Considere o Ângulo: 

Tente fotografar em ângulos onde os feixes de laser estejam se movendo para longe da câmera ou quando estiverem acima da altura da lente.


Uso de "para Sol":

O "para Sol" (também conhecido como lens hood) pode oferecer uma proteção parcial, mas não é uma garantia total contra danos causados por lasers.


para sol objetiva
Na frente da objetiva, instalado um para Sol (lens hooh) do tipo pétala. Uma ajuda a mais!

O fotógrafo pode colocar em seu contrato com a noiva, por exemplo, uma cláusula indenizatória?

Sim, o fotógrafo pode e deve incluir cláusulas indenizatórias em seu contrato, especialmente em contratos de grande valor emocional e logístico, como os de casamento.


Essa prática é legal e visa proteger o prestador de serviço (o fotógrafo) de situações, alheias a sua vontade, que causem prejuízo ou impeçam a execução adequada do trabalho.


Cláusula de Dano ao Equipamento ou Integridade (Danos a Terceiros)

Esta cláusula é crucial para proteger o fotógrafo e seu equipamento contra a negligência de terceiros e também garantir a captura de momentos imperdíveis de interesse do cliente.


O que cobre: 

O custo de reparo ou reposição de equipamentos danificados no local do evento.


Exemplo: 

Pode haver uma menção específica sobre uso de lasers ou pirotecnia, indicando que o contratante é responsável por notificar o fotógrafo sobre esses elementos e garantir que eles sejam usados de forma segura, sob pena de ressarcimento integral (valor do reparo ou valor de mercado do equipamento) em caso de dano.


Notificar previamente o prestador de foto e vídeo sobre o uso de lasers de alta potência, que podem danificar de forma irreversível os equipamentos, é uma atitude que oferece ao profissional a oportunidade de adotar estratégias de proteção.


Dessa forma, garante-se não apenas a integridade dos equipamentos, mas também a segurança do registro de momentos únicos.


Trata-se, portanto, de um interesse mútuo entre contratante e contratado.


Exemplo de cláusula para colocar no contrato:


"Cláusula – Uso de Laser

O CONTRATANTE declara estar ciente de que a utilização de equipamentos de iluminação com feixes de laser de alta potência pode causar danos irreversíveis aos equipamentos do CONTRATADO. O CONTRATANTE compromete-se a notificar previamente sobre o uso desses equipamentos, permitindo ao CONTRATADO adotar medidas de proteção. Em caso de danos decorrentes da ausência de notificação ou do uso inadequado de lasers, a responsabilidade será integralmente do CONTRATANTE."


Considerações Importantes


Clareza e Transparência: 

É vital que todas as cláusulas indenizatórias sejam escritas em linguagem clara, legível e destacada no contrato para que a noiva não alegue desconhecimento.


Recomendação: Para garantir a validade e a legalidade dessas cláusulas, é altamente recomendável que você consulte um advogado habilitado para redigir o seu modelo de contrato.

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É possível o laser usado em pista de dança queimar o sensor da máquina fotográfica?

É possível o laser usado em pista de dança queimar o sensor da máquina fotográfica?

Por Mauricio Daher

Fotógrafo, Professor e Mentor de Fotografia Profissional da FOTO|CONCEITO



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